segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Somatizando


Nem friozinho na barriga, nem borboletas no estômago. O que me incomoda mesmo é essa minha barriga roncando!


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O dia em que eu virei a casaca

    Hoje eu estou do lado de cá. Há mais de 48 horas com uma dor contínua, que se intensifica a cada deglutição. Podia dizer que à beira do insuportável, mas sou obrigada a suportá-la. Estava me auto-tratando há 48 horas completas, com tudo que me sinto no direito, cientificamente ou não comprovado, de spray de própolis (passando por pastilhas) a antibiótico.
    Já quase não conseguindo mais falar, cansada de sentir dor, resolvi que hoje era dia de assumir minha nova posição. Resolvi ir a um pronto-socorro. Agora eu era a paciente.
    Cheguei cedo, mas sou informada de que o otorrino só chegaria em 1 hora. Nesse caso, vou ter que esperar. Seria a primeira paciente do dia de alguém. Tive que aguardar na lanchonete ao lado do hospital, porque minha mãe acha que lá na sala de espera tem “muita bactéria”. Mal sabe ela as condições da minha pele. O relógio batendo no horário previsto para o médico chegar e nada de ouvir meu nome. Minha mãe já queria ir perguntar se o médico tinha chegado. Eu tentava explicar que, na verdade, ele chegava uns 5 minutos atrasado, ainda tinha que colocar seu avental, guardar sua maleta, assumir uma sala, ligar seu computador, dar oi aos colegas e ir ao banheiro, para depois me chamar, com uns 15 minutos de atraso. Nessas horas a gente quer tudo resolvido rápido. Eu sabia que ele não ia me dar um remédio milagroso ali que fosse melhorar minha dor (mas, no fundo, havia esperança). Para que a pressa se eu continuaria doente?
    Pois hoje estou mais pra cá do que pra lá. Aproveito e registro aqui algo para não se esquecer.

                         O lado de CÁ                O lado de LÁ



(desculpe a tabela, depois eu arrumo!)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Resolvi fazer as pazes com o tempo.

Parei de correr contra ele, tentando desacelerar. Faço esforço para não ficar só vendo ele passar. Já parei de pedir mais tempo dele, para o dia não acabar. E, até que enfim, cansei de esperar.


Coitado, devia estar maluco comigo. 

sábado, 21 de agosto de 2010

Todos Contra Uma

Será uma bactéria? Um verme? Um vírus virtual? Não sei, mas acho que o mundo está passando por uma grande epidemia. Será que é tão difícil assim matar a tal da saudade?
Andei reparando o quanto ela é citada por aí. Ou melhor, sentida. Conte quantas vezes você ouve alguém falando isso por semana. Acho que está na hora de declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). E instituir notificação compulsória para esse agravo.
     O principal problema é que nunca, jamais, vamos conseguir acabar com a saudade individualmente, com o uso de máscaras e álcool-gel. Dessa vez, exige-se, no mínimo, uma dupla. Precisaremos nos unir para o controle dessa epidemia. Trata-se de uma questão de saúde pública. A má notícia é que ainda não existe vacina para isso, infelizmente. Mas a boa é que pode ter cura! 
        Não vou me prolongar aqui, porque eu também preciso agir. Cada um com a sua notificação na mão e bóra pra rua, atrás dessa malvada. Deixe seu mundinho de Matrix, que o mundo real pede socorro... 





terça-feira, 17 de agosto de 2010

Muito prazer, eu

Acho que todo mundo um dia para pra pensar sobre a vida. Eu andei pensando muito nisso ultimamente. Que perguntinha irritante essa que aparece na primeira página de todos os sites de relacionamento: “quem sou eu?”. Gastei algum tempo recentemente tentando me responder e, agora, resolvi arriscar.
Princípio básico: quem nós somos hoje é resultado de uma soma de fatores. Onde você morou, onde estudou, sua criação, moral, traumas de infância e adolescência, perdas, ganhos, amigos, decepções, admirações, profissão, religião etc e tal. Tá, isso todo mundo está cansado de saber. Mas o resultado disso tudo é quem???
A resposta é óbvia mesmo, estava ali, o tempo todo, bem na minha frente, gritando, pedindo para ser respondida no meu perfil do Orkut, Facebook, Gmail, Messenger e Twitter. Nós somos isso mesmo, tudo junto e misturado: nossa aparência, etnia, orientação sexual, “estilo”, atividades realizadas, nossas preferências, paixões, gostos – ou o que “curtimos” (filmes, músicas, comidas, programas de tv, livros), nossas admirações, nossos defeitos, o que não suportamos, o que nos atrai, nossos planos e, até mesmo, podemos incluir nossas “citações favoritas” e, pra mim o clímax, “cinco coisas sem as quais não consigo viver".
                                                                                                        Coloquei meu perfil só no final, para quem se interessar. Se essa pergunta também anda ecoando na sua cabeça, arrisque preencher o seu! É uma forma interessante de colocarmos alguma ordem na nossa bagunça.
                                                                                                     INFORMAÇÃO IMPORTANTE (também oferecida por esses sites e às vezes desprezada por nós): não se esqueça de atualizar seu perfil!!! Sim, porque somos lapidados diariamente, sofrendo pequenas transformações que só se tornam visíveis a olho nú após algum tempo.
  
            Vamos lá, respiro fundo e... Quem sou eu, atualizada:
Aparência: 164,5 cm de altura, sempre acima do peso ideal, olhos castanhos, cabelos de qualquer cor - mais pra compridos do que pra curtos. Não tenho tatuagem, ainda. Nunca coloquei um piercing, sempre gostei da ideia, mas acho que passei da idade.
Etnia: descendência diversa, forte influência espanhola.  
Orientação sexual: gosto de Homem (lê-se: não gosto de homem que pinta a unha, pode vir com barriguinha de chope e acho super saudável ser fanático por futebol. Se tiver barba, melhor). 
Estilo: básico??? Este quesito me consumiu muito tempo e ainda assim não consegui me enquadrar. Não sou patricinha nem hippie, odeio salto alto, amo meu All Star, estou quase sempre de calça jeans, uso luvas com dedinhos coloridos, faço escova no cabelo, passo rímel ou lápis todo dia, adoro esmalte estranho e roupa cinza. 
Atividades realizadas: virei pediatra, como sempre disse que iria ser. Meu trabalho, na maior parte do tempo, é meu estudo. Faço academia, dou plantão, dou risada. Vou à igreja. Saio de casa também para dançar, para conversar, para tomar um chopinho ou para fazer nada em outro lugar.
Admiro: pessoas que tratam as outras com consideração, bom senso, empolgação, humildade, pessoas que estudam muito, que sabem muito, gente disposta, fidelidade e todas as panelas que encontraram sua tampa por aí, nesse mundo gigante.
Prefiro se for: de chocolate, de graça, por querer, animado, calor, ficção ou comédia romântica, em português, de competir, de saúde pública, para prevenir, tratável, de dançar, para cantar junto, entre amigos, agora, estável, recíproco, perto, desencanado, alto, carinhoso, inteligente e meu.
Paixões: aquilo que para mim não tem preço. 
Defeitos: meu pecado capital é a preguiça. Além disso, sou impaciente, tagarela e falo o que sinto. Tenho dificuldade em guardar meus segredos. Sou desastrada, desmemoriada e bagunceira. Vivo mais no mundo da lua do que aqui na Terra. Tenho ataque de riso em horas impróprias. Tenho mania de dar susto nos outros. Dou fora. Confundo as pessoas (péssima fisionomista). Algumas pessoas me decepcionam demais (porque acredito demais nelas). Minha mãe também diz que eu sou fria e egoísta. E, muitas vezes, eu desisto. 
Não suporto: cabelo dos outros fora da cabeça deles, esperar, sentir dor, gente preconceituosa, injustiça, pepino e uva passa.
Planos, promessas, vontades: voltar para aula de inglês e de piano, aprender espanhol e francês, participar do controle de uma grande epidemia (e quando eu era pequena não entendia por que meu filme preferido era Ebola), saber o suficiente para ensinar, conhecer quase todo o Mundo, ir a uma Copa do Mundo e me teletransportar.
Noite ou Dia: noite (meu fuso-horário não é daqui, certeza).
Copo metade cheio ou metade vazio: depende do tamanho da minha sede.
Citações favoritas:
“O menino é pai do homem” (Machado de Assis)
“Do pouco dormir e do muito ler, se lhe secou o cérebro” (Miguel de Cervantes)
“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” (Pv 16:1)
“Rapadura é doce, mas não é mole não” (?)
“Para o mundo que eu quero descer.” (?) 
As cinco coisas sem as quais não consigo viver: gente, minhas lentes de contato, um descongestionante nasal, meu secador de cabelos e Jesus.


Ufa! E, para você que me aguentou até aqui, vai uma música bônus, para relaxar se quiser pensar no assunto. 

http://www.youtube.com/watch?v=5CK620UTg5o



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pra mim, isso não tem preço:

Aprender.
Ver uma criança muito doente melhorar muito.
Passar um fim de semana todo sem trabalhar.
Sair pra dançar.
Encontrar a mãe da sua paciente na balada.
Conhecer gente.
Ter com quem contar.
Ter pra quem contar.
Alguém pra compartilhar.
Apaixonar.
Desapaixonar.
Alguém que te faça rir até chorar.
Chorar de rir sozinho.
Dormir até tarde.         
Comer brigadeiro de colher quentinho.
Ter uma verdadeira gelateria italiana bem embaixo do seu apartamento.
A volta da academia.
Ter sempre o que esperar.
Chegar a hora.
Matar a saudade.
Ter tempo.
Abraço grátis.


terça-feira, 10 de agosto de 2010


 É impressionante como 1 minuto de sonho consegue destruir 1 mês de auto-análise e de auto-controle. 

sábado, 7 de agosto de 2010

Cuidado, perigo!

Existe um negócio chamado de transferência. Já vou tentar explicar. Foi uma das coisas que me marcou na graduação e isso, especificamente, nas aulas de psicologia médica. Porque pode interferir no relacionamento médico-paciente. Acontece quando você transfere o que sente por alguém, conhecido, para outra pessoa, nova na história, e reage a isso. Um médico pode (sem querer) fazer o paciente se sentir confortável como no colo da mãe, ou querer sair correndo, como no colo da madrasta. Depende de quem (ou que) o médico faz o paciente se lembrar. 
Pode acontecer fora do consultório também. Sabe quando você acaba de conhecer alguém e sente que “não foi com a cara”? Então... Pode ser que uma pessoa te faça feliz, confortável, seguro, sem qualquer motivo que você se recorde. Ou faça você se sentir inquieto, angustiado, por nada. Cuidado! O nosso inconsciente é muito poderoso mesmo. Às vezes faz você tomar atitudes erradas, sem saber. E às vezes não tem volta...
Isso devia ser divulgado por aí. Iria poupar muitos desacontecimentos. 


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

pra tudo existe um começo

  Meu gosto pelas letras apareceu já na minha infância. Eu é que não tinha percebido. Segundo relatos familiares, sempre tive a estranha capacidade de inventar palavras. Minha mãe, professora de português, amante da língua culta, se preocupava muito com onde isso ia chegar. Eu também. Na escola, tive alguma dificuldade nas redações, pois não sabia se aquilo que queria escrever, de fato, existia. Mas acabei passando bem. Em casa, o pessoal já se acostumou e usa até algumas palavras como se fossem normais. 
  É impressionante como sofremos influências ao longo da vida, e vamos nos tornando no que somos. Depois que comecei a estudar pro vestibular, parei de inventar. Só queria absorver. Na faculdade, não foi muito diferente não. E os interesses eram outros. Aproveitar: era a palavra da vez. Pois foi muito bem curtida! 
  E após algum conhecimento adquirido sobre anatomia, farmacologia, psicobiologia e todas essas outras matérias que me fizeram ser, hoje, médica, e após alguns namorados que foram e outros tantos que não foram, após noites não dormidas de plantão, após uma porção de amigos deixados ao longo do caminho e poucos que continuam seguindo comigo, após quase 30 anos de existência (ai, crise), enfim, após isso tudo virei o que sou, por ora! E foi agora que fiquei com vontade de escrever. 
  Ah, tem mais uma coisa: algumas palavras aqui pode parecer que eu estou inventando. Mas, cuidado, pode ser apenas um hábito ruim de nós médicos (e patognomônico), de incorporar termos técnicos ao nosso vocabulário comum...
  Bom, vamos ver onde isso vai chegar!