domingo, 12 de setembro de 2010

Uma história de amor

Feia, cinza, caótica e desorganizada. Solitária. Irritante. Barulhenta. Esparramada. Isso sempre foi a cidade de São Paulo para mim. Em qualquer dia da semana, em qualquer esquina, estampavam-se em negrito todos seus defeitos. Desejava todo dia estar longe daqui.

Mas, como um passe de mágica aos olhos de uma criança, hoje acordo e percebo como me encanta, São Paulo! Vivo agora numa fase gostosa, dessas de começo de namoro, com minha cidade: uma ansiedade boa, que dá vontade de conhecer mais, de viver, de aproveitar cada tempo livre para explorar seus cantos por aí.

E onde antes via cinza, hoje vejo o pôr-do-sol na fachada do prédio espelhado. Onde antes via o caos, percebo a coerência de suas partes, como um caleidoscópio. Passei a me encontrar no meio da sua bagunça. E a encontrar amigos, das mais diferentes tribos que vivem aqui. Seu barulho me lembra que há vida o tempo todo e me traz alívio! E todo o seu tamanho me oferece toda sua diversidade.

Cidade da cultura. Cidade da moda. Cidade da gastronomia. Cidade da política. Cidade da ciência. Cidade da tendência. Cidade de encontros. Cidade de muitas histórias. Cidade da oportunidade. Cidade da gente.

Hoje há em suas esquinas ainda aqueles seus defeitos. Mas como é regra em toda paixão, eu a vejo, assim, linda, e me encho de esperança.

Um comentário:

Ana Carol disse...

Uia, acabei de descobrir que Marcelo Rubens Paiva concorda comigo.
Num post de facebook, li seu comentário: "‎São Paulo não tem cara. É um caleidoscópio do caos. Por isso, fascina. Por isso, funciona... São Paulo é o mundo entre seus rios."
Puxa Marcelo, podia ter postado aqui né!? :)